sábado, 25 de agosto de 2007

Perfil: Luis Fernando Veríssimo

Filho do escritor Érico Veríssimo e Mafalda Veríssimo, Luis Fernando Veríssimo nasceu no dia 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Sua vida de estudante iniciou-se em Porto Alegre, passando também por escolas nos Estados Unidos, quando seu pai lecionou em uma universidade na Califórnia. Veríssimo é jornalista “do tempo em que não precisava de diploma para exercer a profissão”, iniciando sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, passando por várias seções da redação. A partir de 1969, passou a assinar as matérias quando substituiu a coluna de Jockyman, ainda na Zero Hora. Depois de uma breve mudança de veículo, volta, em 1975, ao Zero Hora, que começa a ser publicado também, no Rio de Janeiro. Luis Fernando Veríssimo também teve participação na televisão, criando quadros para o programa “Planeta dos Homens”, na Rede Globo e, recentemente, contribui com a série “Comédias da vida privada”, também para a emissora. É um dos autores brasileiros de maior sucesso atualmente. Desde que começou a escrever, Veríssimo lançou 75 livros; conta com mais de cinco milhões vendidos no país, além do Best – Seller “As mentiras que os homens contam”, que já vendeu quase 350.000 exemplares. O jornalista é conhecido principalmente pelo humor sagaz e a linguagem simples ao tratar de temas cotidianos, como: futebol, gastronomia, cinema, música, viagens, literatura, política, entre outras. Talvez seja essa a explicação do sucesso de suas crônicas com o público, há uma grande aproximação e identificação com os casos que Veríssimo escreve. Veríssimo é um dos autores responsáveis por manter vivo o espírito de crônica ser um gênero tipicamente brasileiro. Com uma linguagem simples, de fácil e rápido entendimento, falando sobre política, economia e cultura, o autor expõe suas opiniões. Exemplo dessa sua liberdade, é a criação de diversos personagens que compõe suas crônicas. A Velhinha de Taubaté fez grande sucesso, desde sua criação na época do governo de João Baptista Figueiredo, ficando famosa por sempre acreditar no governo, tendo a máxima “a última pessoa no Brasil que ainda acreditava no governo". Veríssmo anunciou sua morte em 26 de agosto de 2006, alegando execesso de desgosto pelas constantes acusações de corrupção do governo. Veríssimo ainda teve uma breve passagem pelo mundo do romance onde escreveu “O jardim do Diabo", "O clube dos Anjos" e "Borges e os Orangotangos Eternos". Passou também pelos quadrinhos, dos quais é fã declarado. O autor tem ainda grande paixão pela música, trazendo desde sua infância o saxofone como seu instrumento predileto e integrando o grupo “Jazz 6”, que se apresenta esporadicamente em Porto Alegre. Atualmente, pode-se encontrar textos do autor em revistas como a Playboy e alguns jornais, como O Globo e Zero Hora.

Resenha: "A Metamorfose"

Franz Kafka escreveu, em 1912, “A Metamorfose”. Inúmeras interpretações deste livro de ficção surgiram desde que, em 1997, a Companhia das Letras iniciou a publicação das obras completas do autor.
A história narra a vida de Gregor Samsa, um caixeiro-viajante, que há algum tempo trabalha e carrega em suas costas o peso de sustentar sua família: irmã, pai e mãe. Certo dia, ao acordar e começar mais um dia de sua rotina, Gregor sente algo diferente em seu corpo: havia sofrido uma metamorfose, criando patas, antenas e um casco.
É importante notar como o autor explora a relação de Gregor com o resto da família. Desde que percebe sua metamorfose, sua principal preocupação não era sua situação em si, mas sim as conseqüências, a forma como isso atingiria sua mãe, seu pai e sua irmã. Em contrapartida, há uma atitude repulsiva da família que o exclui cada vez mais da rotina da casa.
Franz Kafka é conhecido pela delicada relação que tinha com seu pai. Delicadeza esta que beira a incompatibilidade e faz com que pai e filho não se dessem muito bem. Essa relação está muito explicita em outro livro do autor, “Carta ao Pai”, de 1919, no qual o autor desabafa sobre suas diferenças com pai – “: "Eu só poderia viver naquelas áreas não cobertas por você ou fora de seu alcance. Mas, considerando minha idéia de sua magnitude, não restam muitos lugares."
“A Metamorfose” é, por muitos, considerado uma autobiografia de Franz Kafka, em que coloca toda sua mágoa e seu ressentimento de uma infância de difícil relação familiar. Onde se evidencia as dificuldades de lidar com aquilo que é diferente e, principalmente, com o que se torna diferente em pouco tempo, sem se esperar.